pesquisa

 O grupo de pesquisa do CASP foi criado para possibilitar que astrônomos amadores do clube colaborassem em projetos de pesquisa em Astronomia. O grupo é formado pelos alunos que se formaram na grade completa dos cursos do CASP, tendo completado, portanto, os cursos de técnicas de observação.

Observação de meteoros

Através desse trabalho, que foi elaborado inicialmente pelo CASP em meados de 2007, elaboramos um projeto de observação astronômica do céu, usando câmeras all-sky, que observam o céu todas as noites do ano, e registram a passagem de meteoros. Estas câmeras podem ter plano focal de grande angular ou visualização mais estreita, de acordo com a configuração do equipamento disponível pela estação de observação.

O CASP é pioneiro na criação dessa rede, tendo instalado uma câmera em Campos do Jordão já no ano de 2007/8, e outras unidades foram instaladas na capital e cidades do interior de São Paulo. 

Um artigo sobre esse projeto foi apresentado em 2008 no XI Encontro Nacional de Astronomia, em Maceió. Para baixá-lo em formado pdf, clique aqui.

Os objetivos científicos desse projeto são:

Caracterização de chuvas de meteoros

A maioria dos astrônomos amadores está no hemisfério norte, bem como a maioria das redes de observação automatizadas. Dessa forma, as chuvas de meteoros observáveis do hemisfério norte estão muito bem caracterizadas. No hemisfério sul, porém, é possível ainda fazer grandes contribuições, levantando dados como posição exata de radiantes, taxas horárias zenitais, índices de população e etc. para as chuvas de meteoros já conhecidas.

Além disso, variações anuais nas chuvas de meteoros existem, e oferecem oportunidades interessantes para se estudar a interação gravitacional da corrente de meteoróides com os planetas. Para tal, porém, é necessário que observações detalhadas e freqüentes sejam realizadas.

Caracterização do fundo de meteoros esporádicos visando a possível detecção de novas chuvas.

A grande maioria dos meteoros esporádicos que são observados não é realmente esporádica: Há dezenas de chuvas de meteoros de menor significância, que produzem taxas horárias zenitais de apenas alguns poucos meteoros por hora.

Ao se observar atentamente o fundo de meteoros esporádicos, isto é, não pertencentes a nenhuma chuva conhecida, pode-se descobrir novas chuvas menores ainda não catalogadas. Com a triangulação das observações realizadas por estações de observação distintas, é possível determinar a órbita dos meteoróides da nova chuva, e através dessa informação, identificar o corpo cometário responsável por ela.

Criar uma estrutura que possibilite a recuperação de meteoritos com órbita determinada

Ao se observar um bólido simultaneamente através de diversas estações de observação, é possível calcular a órbita que o meteoróide descrevia antes de penetrar na atmosfera terrestre. Caso o meteoróide seja grande o suficiente, ele não será totalmente consumido na atmosfera e atingirá o solo. As informações sobre a trajetória que o meteoro seguiu permitem que seja possível, em princípio, determinar o local de sua queda e recuperar o meteorito resultante.

Esses meteoritos possuem grande valor científico. É possível correlacionar informações sobre sua composição com dados de sua órbita, ajudando assim a caracterizar melhor a composição das diversas famílias de asteróide do cinturão de asteróides.

Possibilitar a detecção e observação de outros fenômenos interessantes e pouco estudados, como sprites, elves, jets, etc.

Ao se instalar câmeras que observem o céu ininterruptamente, fatalmente se observarão diversos fenômenos interessantes de forma incidental. Entre eles, os mais interessantes são fenômenos relacionados a descargas elétricas, como os sprites, elves e jets. Esses ainda são fenômenos atmosféricos pouco conhecidos, que se manifestam na alta atmosfera, sobre grandes nuvens de tempestade elétrica, na forma de breves flashes de luz colorida. A observação diligente desses raros fenômenos pode ajudar na sua elucidação.

Pesquisa de Distúrbios Eletromagnéticos do Sol

    O Grupo de Radioastronomia do CASP monitora atividades solares no espectro de rádio, e mapeia a Ionosfera terrestre por meio de mapas de propagação de Frequências Máximas Utilizáveis (MuF), que colaboram com os estudos de astrofísica solar. 

    Os distúrbios repentinos de Ejeção de Massa Coronal, são detectados por uma rede de Radiotelescópios que permitem o registro e mapeamento destas perturbações, que comparadas, demonstram os níveis de atividade nuclear do Sol em tempo real. este trabalho é realizado principalmente por componentes do CASP que possuem formação amadora em Astronomia, radioamadores e técnicos em telecomunicações, todos voluntários. Nossa rede monitora o Sol nas frequências de 21 e 28 Mhz em VHF, e também nos 70 Khz, banda de Ondas Muito Longas (ELF). 

Em 2019 o CASP estará iniciando os trabalhos de monitoria do Sol também na faixa de 408 Mhz  

Câmera all-sky do CASP instalada em Campos do Jordão

Bólido (e a lua) observado pela câmera all-sky do CASP

Radiante dos meteoros Delta Aquarídeos Austrais calculado pelo projeto de observação de meteoros do CASP